sexta-feira, setembro 06, 2013

Brasil - O País da mente Curta



O brasileiro tem uma forma única de pensar como qualquer povo ou nação do mundo em suas particularidades. E uma de nossas muitas características está no estabelecido e inconsciente paradigma do curto-prazo. O psicólogo e professor de Stanford, Philip Zimbardo, explica a origem desse "feature" da mente humana, presente no Brasileiro com razões que tem que ver com o clima tropical de nosso país.

Explicações à parte, essa característica não é lá muito boa. Sim, tem suas vantagens, entretanto o que realmente importa não é reconhecer no que acertamos, mas no que temos errado. E o fato é que esse pensamento de curto-prazo nos custará o, "longínquo", "imperceptível" e ignorado, longo-prazo. O futuro do brasileiro está em cheque.

Somos o povo do "Aqui e Agora" (sem trocadilhos). Do carnaval que gasta milhões em nome de uma festa pontual. Cultural sim, mas ainda uma festa. Estamos mais preocupados com o que vai mexer com o nosso presente e não com o que afetará o futuro. Votamos em quem nos beneficiará "agora". E se não achamos que qualquer político será capaz de me ajudar "já", talvez não valha a pena votar em nenhum, ou em qualquer um.

Há de se notar no entanto, que essa valorização do curto-prazo é o resultado de uma mente que na verdade privilegia a curta distância, seja do tempo, ou do espaço. Digo, queremos encurtar a distância daquilo que nos beneficiará. E isso também faz com que minhas escolhas sejam bairristas e em conchavos. É a velha Lei de Gerson. O antiquíssimo egocentrismo. Visto que o prazer só pode ser vivido no presente (agora), abortamos o nosso futuro em nome do que me privilegiará "já". Sendo assim, quem tem bolsa-família tem seu voto cativo e certo. E como diria um chegado amigo: "Votar diferente conflitaria com os seus próprios interesses".

Outra evidência clara desse pensamento é que saímos para as ruas por causa de 20 centavos (eu sei, não são os 20 centavos, mas aquilo que ele representa e tal...). Mas esses 20 centavos representam um ultraje diário, presente, de 40 centavos. Isso é enlouquecedor para nossa mente de curto-prazo. Perceba que a violação ultrajante e absurda de nossa soberânia nacional com a invasão da privacidade e segurança da informação de nosso país não atrai interesse algum da população. Se o presidente americano pode ler os SMSs de nossa presidenta, isso parece não importar à essa mesma população que saiu às ruas. No longo prazo o grande perigo não está nos 20 centavos, mas foi por isso que lutamos. E aos defensores de que os 20 centavos são um mero símbolo da insatisfação popular fica a reflexão automática de um movimento que cessou, enquanto nossas inquietações e insatisfações ainda não.

O "Pão e o Circo" nos caem tão bem pela mesma razão. Ambos são eventos do "agora" e nos satisfazem mais do que uma luta prolongada e "incerta" (certamente incerta para mentes curtas) a favor de uma reforma política, educacional, tributária, de infraestrutura e etc... Ah, infraestrutura é outra prova do nosso pensamento curto. Todo ano o IPI é reajustado a favor do consumo e da industria ao mesmo tempo. Enquanto mais carros são fabricados e vendidos, menos infra-estrutura temos para utilizá-los ou mesmo fazer crescer nossa produção industrial. E parece que ninguém em lugar nenhum está preocupado com isso. A produtividade e a qualidade de vida em São Paulo caíram vertigionsamente nos últimos 6 anos por exemplo, e absolutamente nenhuma solução foi pensada para o problema de infraestrutura e transporte do país.

Focamos em Copa do Mundo, Olimpíadas, Eleições, Carnaval, Fim de semanas, feriados, férias e assim nossa vida caminha motivada por marcos do curto-prazo. Não é a toa que nossa economia é e sempre foi uma bolha. Em alguns momentos, nos pareceu uma bolha bem estável, mas que cedo ou tarde alcança o seu patamar de instabilidade. Nós compramos tudo a prazo. A capacidade de compra do brasileiro é uma ilusão do poder de comprar que o crédito nos oferece. Pagamos mais juros do que em qualquer lugar desenvolvido do mundo. Somos os grandes pagadores de juros. Porque não conseguímos guardar para o futuro, aliás, nem podemos. Porque se formos guardar para gastar mais tarde, não viveremos, porque acumulamos muito pouco. Ai sim, podemos ver o verdadeiro poder de compra do brasileiro. Quase nenhum. Pagamos mais impostos do que podemos poupar. Então recorremos ao crédito. Ao prazo. "Beneficío já, responsabilidade depois, ainda que me custe muito mais!" Essa bolha vai estourar bem mais cedo do que imaginamos. Porque continuamos consumindo bem, o que nos faz um dos paises que mais cresceu nos últimos anos. O que não estão considerando é que a maior parte desse consumo foi no crédito, e isso cobrará com juros as suas consequências num futuro que eu queria não estar aqui pra assistir. A verdade é que quando o crédito cobrar sua dívida até a última parcela, perceberemos que ficamos não tinhamos o dinheiro para sustentar tanto consumo, e os produtos "já" comprados estão obsoletos no dia de sua quitação. O cerne de nosso pensamento está exposto nesse hábito tupiniquim de comprar a prazo. De todos os países que passei e conheço, apenas o Brasil compra e vende a juros. Basta tentar parcelar uma compra internacional, que voltamos revoltados, com a impossíbilidade de parcelamento.

Eu vou terminar por aqui, porque o brasileiro não consegue ver vantagem em gastar tanto tempo lendo qualquer texto longo que seja. E eu já estou abusando nesse determinado momento. E como todo brasileiro, eu também sou adepto deste vicio de pensamento, preciso mudar isso... "já"! Antes que este presente oblitere completamente o presente que está no futuro.

domingo, agosto 04, 2013

Eternidade à Prova de Falhas


Fail-proof é uma palavra difícil de ser traduzida ao pé da letra, mas vamos tentar. É um termo utilizado para coisas ou situações à prova de falhas. Define normalmente alguma coisa que está preparada para suportar qualquer adversidade que possa existir sem fazer concessões a qualquer falha ou possibilidade de erro. Poucas coisas nesse mundo são realmente "Fail-proof", por isso é até difícil citar exemplos.
Uma coisa que eu sempre me perguntei foi: Como Deus pretende manter a liberdade por toda a eternidade e ainda assim o pecado (ou o erro) não retornar a nossa realidade? Como Deus fará para impedir seres livres de escolherem errado mais uma vez?
Sempre respondi a essas perguntas com duas lógicas. Primeiro, quando pecamos pela primeira vez, o mal não passava de um conceito abstrato do qual não conhecíamos as consequências. Hoje, ainda podemos conceituá-lo, mas conhecemos bem a sua forma tangível. Concreta. Fatal. E muitas vezes, irreversível. E esse conhecimento terrível, permitirá que seres humanos, devolvidos ao total controle de suas liberdades (perdemos esse controle no Éden após a queda), decidam-se livremente por jamais retornar ao erro, pecado, distanciamento de Deus (escolha uma definição, trata-se da mesma coisa). 
A segunda lógica, é que uma das mais terríveis consequências de nosso erro, foi perpetrado sobre o próprio Deus. Quando Jesus morre na cruz para nos salvar da nossa condenação, somos tomados de assalto por um duplo espanto. 1) O que fizemos com Deus. 2) O que Deus fez por nós. Penso que esse é o real motivo pelo qual o "mal nunca mais se levantará" (Naum 1:9). É também o melhor motivo. Visto que o primeiro repara apenas no que o mal causou a mim e o segundo repara no que o mal causou a Deus. O primeiro espanto é egoísta, o segundo é altruísta. Somos conduzidos pela reflexão na cruz do EU pra DEUS. Por isso, quando reparamos no que o mal causou em Deus, o que fica realmente, como palavra final, é o que Deus foi capaz de fazer por nós. O amor rouba a cena que o pecado dirigiu. 
Com isso eu concluo que Jesus Cristo é a trava de segurança da eternidade, o "mecanismo" que garante que o céu será à prova de falhas. E é por isso que a mais importante das transformações é sermos transformados em pessoas que "negam-se a sí mesmos" (Luc 9:23) e "amam a Deus de todo o seu coração". Por isso o que realmente importa é desenvolver uma profunda fidelidade a Deus. A mais importante decisão é essa. Quem vive assim está pronto para o céu. Quem vive assim tem o direito de receber de volta sua liberdade perfeita. Quem vive assim, ama. Somente pessoas assim podem construir a sociedade eterna. A sociedade do céu. 
O que garante de verdade que a eternidade será perfeita e sem falhas, são seres livres que amam a Deus de todo o seu coração e não colocam seus próprios interesses no caminho. A presença dAquele que é amado por todos é o último e único argumento necessário para o completo bloqueio da re-entrada do pecado.

Enquanto Jesus for eterno, eterna será a Paz. E Jesus é eterno. O Fail-proof é eterno.

Esse conhecimento afeta minha vida agora. Hoje não podemos ser perfeitos, mas quanto mais amarmos a Jesus de verdade e de coração, quanto maior for a nossa fidelidade e dedicação a Ele, e quanto menos priorizarmos o nosso eu, mais iremos acertar. Mais paz já iremos sentir. Menos erros nos acometerão, porque Jesus é nossa motivação absoluta.
Toda vez que eu me nego e o amo mais, preparo meu caráter para um vida eterna.
Jesus é nossa segurança! Ele é a nossa cura.