sexta-feira, fevereiro 22, 2008

A Biologia do—NÃO—Amar

A Newsweek desta semana 17/02/2008 publicou uma matéria com o Título acima. É de Sharon Begley. E valeu à pena traduzi-lá. Fala de algo que eu já havia percebido, mas fico feliz quando vejo veículos seculares argumentando contra sí, ou melhor, contra o secularismo galopante, regado a super-valorização excessiva da ciência, tentando enfiá-la em lugares que ela não deveria entrar. E concluindo, francamente, apenas aquilo que seus pesquisadores desejam enxergar. Uma ode contra os reducionistas materialistas. Analisem e comentem.


Sharon Begley

Em geral, foi provavelmente um erro permitir que cientistas se aproximassem em qualquer nível de assuntos como amor e desejo. Assim como analisar uma piada a elimina, analisarmos o porquê nos apaixonamos por aqueles que amamos estava destinado a acabar mal. Considere a idéia de que professores mais velhos atraem suas estudantes jovens, porque jovens mulheres são geneticamente programadas para se apaixonar por pessoas de alto-status, homens ricos. Ou ainda, homens mais velhos que são supostamente mais atraídos por jovens férteis.

Resultado: quando nosso esposo cinquentão dorme com uma aluna, a culpa, caro Brutus, não reside nas estrelas ou no caráter ou na bússola da moral, mas no DNA.

Não é de se admirar que explicações reducionistas para o comportamento—especialmente como em “My genes made me do it (Livro não lançado no Brasil, porcamente traduzido seria algo do tipo “Meus Gens me fizeram fazer”)—são tão populares: elas nos deixam animados. Escolheu mal aquele com quem você foi pra casa na última noite? Compreensível; você foi arrastada pelos ferormônios dele. Infiel? Não é sua culpa; culpe os genes que programam os homens a espalhar amplamente sua semente por aí. Exceto para alguns casos mais mundanos que invocam um pensamento e sentimentos mais antigos, em vez de permitir que seus genes inconscientes te levem para uma nova geração, sejam mais plausíveis.

Pegue a dança de colo (lap-dance) como exemplo. No último ano cientistas perguntaram a 18 stripers para tomar nota de quantas horas trabalharam, quanto ganharam em gorjetas e quando estavam ovulando, menstruadas ou nenhum dos dois. Quando ovulando, fase do ciclo mensal quando a mulher está mais propensa a engravidar, as stripers faturaram uma média de U$335,00 por um turno de cinco horas. Comparado aos U$185,00 quando menstruada. A razão, concluíram os (homens) cientistas, é que a mulher fértil emite sinais que ela está psicologicamente madura para engravidar. Homens são, supostamente, geneticamente programados para detectar esse sinal –visto que ser arrastado a uma mulher fértil é algo evolutivo e que a seleção natural favorece—e para se comportar de certa maneira (geralmente dando gorjetas) para ganha-la.

Deixando de lado o elemento fantasia, a explicação possui alguns problemas. Primeiro, não há boas evidências que homens podem detectar ferormônios, hormônios ou qualquer outra molécula mágica que revela quando uma mulher está ovulando. Também, mesmo que tais moléculas mágicas existam, há uma explicação mais simples para o porquê de homens darem maiores gorjetas a stripers que estão ovulando, uma explicação que não necessita invocar os impulsos genéticos inconscientes. Mulheres sentem-se mais sexy quando ovulam. Apenas um palpite, mas talvez a striper que se sente mais sexy deve conceder uma dança de colo mais digna de uma gorjeta do que uma que se sente desconfortável durante sua menstruação. Se é assim, diz David Buller da Nothern Illinois University, autor de um livro de 2005, “Adapting Minds” (Mentes Adptantes), que questiona as explicações evolucionárias de comportamento complexo, “a dança de colo pode ser [mais atraente] ao cliente, então ele ira dar mais gorjetas”.

Numa linha de explanatória similar, mulheres em muitos estudos dizem que seus maridos ou amantes são mais atenciosos e amorosos quando elas estão ovulando. Isso também, supôs-se, que reflete a habilidade masculina, afiada pela seleção natural, de detectar sinais (ferormônios, hormônios ou o que seja) que indicam quando o sexo está mais propenso para conceder filhos. Filhos são como a evolução mantêm seu placar; genes que geram comportamentos que geram filhos—neste caso, para detectar um período fértil feminino—e sobreviver ao processo brutal da seleção natural. Mas, novamente há uma explicação mais simples para o porquê homens ativam o charme quando suas parceiras estão ovulando, e nos lança de volta para as stripers. Ovulação aumenta a libido. Uma mulher libidinosa esta mais propensa a enviar sinais—leitores são convidados a proverem seus próprios exemplos—que a fará ser receptiva a afetos. De novo, nenhum gene nos controlando como marionetes. Um coração amoroso e um cérebro em uso são suficientes.

O gosto dos homens por mulheres é também, supostamente um reflexo evolucionário de seleção, e para mostrar que os genes tem nossos comportamentos e preferências em sob uma curta coleira. Especialmente, homens que preferem grandes seios e quadris largos, dizem as escolas de pensamento, porque estes são sinais de fertilidade. Um homem que escolhe uma fêmea fecunda é mais propenso a produção de sua prole—o que mede o sucesso evolutivo—do que um homem que é atraído a sistemas reprodutivos pifados. Dois problemas aqui. Não há evidência empírica que mulheres cuja forma se desvia do ideal “Barbie” são menos férteis. Também, diferentes sociedades em diferente tempos tem idolatrado formas muito diferentes do corpo feminino. A mulher da Renascença não é nem um pouco parecida com o ideal de 2008, diz, Angelina Jolie. Genes não evoluem tão rápido para contar essa mudança no gosto masculino. Algumas preferências estéticas, incluídas num parceiro, são dirigidas pela cultura, não pelo DNA.

Quando Anna Nicole Smith (27) casou com J. Howard Marshall (89), muitos dos cumprimentos recebidos foi pelo reconhecimento de que o DNA programa a mulher para procurar homens velhos e ricos, e homens para encontrarem mulheres jovens, e férteis. Por favor! Dêem a moça algum crédito por racionalmente avaliar os benefícios de casar com um incontinente octogenário multimilionário. Além do mais, quando é perguntado a um homem de 50 anos qual a idade preferida da parceira, a maioria estabeleceu em 40 anos ou mais, não 25, mesmo sabendo que a mulher mais nova é mais fértil. E em média, mulheres de 25 anos dizem que seu cara ideal tem 28 anos, mesmo sabendo que um homem de 50 anos está mais propenso a ter status e $401.000,00, que a explanação evolucionária diz que as mulheres estão programadas a ansiar. Neste Valentine´s Day (Dia dos namorados nos EUA), vamos celebrar todas as formas que nossos corações e mentes, não nosso mindless (“sem mente”) DNA, nos guia nos caminhos do amor.

quinta-feira, fevereiro 21, 2008

Os EUA Espionam Tudo e o mundo não Enxerga Nada

A dias que estamos acompanhando na mídia o "drama" do satélite espião americano. Tenho assistido as notícias com pulgas atrás da orelha. Que eu gosto de Teorias conspiratórias não é segredo pra ninguém, mas vejam se não é óbvio demais o que está acontecendo.

Primeiro, os EUA anunciam que o satélite estava para cair na terra e que o mundo deveria cuidar com o local da queda porque o equipamento supostamente possui material radiotativo (químico, inffeccioso, sei lá, não lembro, mas lembro que ninguém deveria mexer). Veja que conveniente, a CIA que sempre escondeu o conteúdo de seus satélites espiões por razões óbviamente estratégicas, percebe que um de seus satélites mais recentes está para cair na terra. Até aí tudo bem, exceto pelo seguinte fato: nenhum ser humano deve chegar perto dos destroços! Estranhamente conveniente.

Não bastasse isso, mais tarde, decidiram que iriam abater o satélite em pleno espaço com o uso de um míssel lançado da terra. Agora minha neurose subiu nas alturas! Como assim? Nunca na história humana fomos capazes de atacar qualquer objeto fora de nossa esfera terrestre (exceto no cinema). Aí surgem os boatos chineses e russos, que óbviamente são os dois unicos países antenados realmente na astúcia americana. Para eles o ataque ao satélite é apenas uma desculpa para testar a projeção de mísseis ao espaço. O que faz um grande sentido. Afinal de contas a queda do satélite poderia afertar até mesmo o nosso ferido planeta prejudicando ainda mais o meio-ambiente! Ohhhh! Os Eua cuidando do nosso planeta!?!? Eles estão tão preocupados com nosso meio ambiente, quanto assinaram o protocolo de Kioto.

Em suma, ontem de madrugada o satélite foi pelos ares ou melhor foi pro espaço, através do lançamento de um míssel direto do oceano Atlântico. Foi na mosca! A Tecnologia funciona realmente, e o mundo jamais verá os pedacinhos do satélite que se reduziram ao tamanho máximo de uma bola de futebol e se espalharam pelo mesmo oceano. Nem me preocupa, nem interessa as informações que esse satélite possa ter contido. Porque já conheço de longa data a agenda do império americano. Mas o que realmente me preocupa são duas coisas. (1) o espantoso poder deste império e como podem dizer: "Que venha a guerra nas estrelas, estamos quase prontos para ela e agora todo mundo sabe disso". (2) como o mundo cegamente se deixa ludibriar tão facilmente. Nossa preocupação auto-centrada abre alas para aqueles que estão programando e investindo fortemente no futuro, estes com certeza, nos dominarão antes que percebamos. Há não ser que percebamos antes. Como eles já fazem.

Há muito o que se explorar nesse assunto, como por exemplo: Se eles soubessem que daria certo, inventariam um hoax proposital na mídia mundial? Se sim, como eles sabiam que daria certo? Se o problema fosse real, haviam métodos de resolver o problema sem tanto alarde? O que você acha? Comente. Não vai mudar muito o mundo...não ainda, mas...


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quinta-feira, fevereiro 14, 2008

Porque Pessoas São mais importantes do que Coisas?

Há alguns meses atrás escrevi um post comentando como temos dado mais importância a coisas do que a pessoas em nosso contexto moderno. Algumas semanas depois fiquei pensando no porque isso é um absurdo. E descobri uma verdade interessante e óbvia que permaneceu adormecida em minha pauta até agora.

Recentemente ao conversar com uma pessoa que tinha acabado de conhecer ouvi ela espontaneamente dizer que a humanidade tem valorizado mais as “coisas que as pessoas”. Isso me trouxe até o computador motivado a terminar o que comecei, ao ver que estou longe de ser o único a pensar dessa maneira.

Bem, vamos a pergunta crucial, sem mais delongas, porque pessoas são mais importantes do que coisas? Para isso é preciso, primeiro, que avaliemos o que faz uma coisa ser valiosa em nossa realidade? O que dá valor as coisas? Como exemplo clássico vamos aos minerais mais famosos e cobiçados, o diamante e o desejado ouro. O que os faz tão valiosos? A resposta é simples e se encontra na mais importante lei capitalista, a da “oferta e da procura”. O que fazem esses minerais valiosos? Sua raridade. Quanto menor a quantidade disponível e menor sua ocorrência natural mais caro ele é.

Nossa resposta começa a se desenhar. Vamos pensar mais um pouco antes de qualquer conclusão. Quantos de você existem? Quantos pais e mães você tem? E mesmo tendo muitos irmãos, cada um tem um significado particular para você, não se pode livrar-se de um e substituí-lo por outro. Cada um é único para você, assim como você o é para o mundo. Cada ser humano vivo ou que já viveu carrega uma parcela particular de raridade. Cada um de nós é irremediavelmente insubstituível. É por isso que a morte é tão dolorosa. Por que em cada morte há uma perda irreparável. Por mais que tentemos encontrar um consolo em doutrinas como a da imortalidade da alma, nosso sofrimento enfrente a morte de um querido sempre carrega um pesar de separação definitiva. O choro é de perda total e irreparável. Isso demonstra o quanto as pessoas são valiosas, e como que mesmo inconscientemente elas valem muito mais do que qualquer “coisa”. A perda de uma coisa nunca é tão dolorosa quanto a perda de uma pessoa.

É por isso que mesmo havendo milhares de pessoas morrendo e nascendo diariamente, cada uma que chega e que vai possui em sí um valor insubstituível e inestimável. Isso tudo também me ajuda a expor um argumento contra a doutrina da reencarnação(doutrina que eu pessoalmente não creio). Se somos imortais e vivemos encarnando e reencarnando, a vida não é tão rara e única assim. Sendo substituível ou mesmo descartável. A idéia da imortalidade da alma, que prega a ascensão ao céu ou a descida para o inferno, a parada estratégica no purgatório (ou mesmo a volta a vida como outra pessoa ou animal) ajuda a banalizar a vida humana. E ao contrário do que muitos imaginam, não é bíblica como dizem. Mas essa é uma discussão gigantesca, que não quero trazer agora. Quem sabe mais tarde conversemos sobre isso...

O que nos importa agora é repararmos o quanto somos únicos, e os outros que ao nosso lado vivem, e que estes importam mais do que as coisas que também nos rodeiam e gostamos. Repito meu conceito anterior: Quanto mais humanos, mas gostamos de gente.

quinta-feira, fevereiro 07, 2008

Brasil, o país do Carnaval – E da insegurança

Ano passado escrevi um comentário sobre nossa paixão pelo carnaval (http://contextomoderno.blogspot.com/2007/03/o-pas-do-carnaval.html) e como convertemos tudo em festa. Enquanto outros aspectos de nossa existência nacional são completamente obliterados em nome do entretenimento e da festança.

Acabo de ouvir (4 de Fevereiro) no Jornal da noite da rede Bandeirantes que o Carnaval carioca, o mais famoso do mundo, recebeu do governo federal um investimento de 15 milhões de reais, 5 milhões de reais do município e mais alguns milhões do Estado fluminense (não me lembro o valor direito, portanto não vou chutar). O que importa mesmo é o calculo feito pelo telejornal expondo a flagrante discrepância. O valor doado pelo governo brasileiro seria capaz de comprar 180 ambulâncias ou 900 viaturas militares para a sucateada policia carioca. Eu sei, eu sei. Não quero ser aquele que tira do povo sua única razão de festa e entretenimento, mas não me venha reclamar de tantos gastos fúteis do estado brasileiro com o que quer que seja, enquanto você pula inconseqüentemente em uma festa cujo único propósito é esquecer a realidade. Melhor do que esquecê-la não seria resolvê-la?

Vi também durante esse carnaval uma cena que nunca tinha visto em toda a minha vida, e acho que não verei em outro lugar do mundo... Nasci e morei no Rio de Janeiro, mas nunca estive presente em um período de Carnaval, portanto, não fazia idéia do que acontecia na cidade neste período. O que mais me impressionou foi o fato de ser o feriado mais sagrado da cidade. Nunca, em momento algum da cidade encontramos todas as lojas fechadas, até em shoppings. Nem mesmo durante o Natal ou Ano Novo, esses fenômenos ocorrem. Mas a cena mais assustadora que eu havia citado acima foi a presença de tapumes de madeira tapando todas as entradas, saídas e janelas de bancos. O que prova a ausência de todo o tipo de segurança para o local. Em outras palavras, o “mundo pára” durante este período do calendário. Incrível.

Me impressiono, também, com a capacidade de insatisfação da população com os gastos públicos, enquanto muitos dos gastos públicos são essencialmente causados pela própria população. Enquanto jogarmos lixo no chão, pularmos carnaval e votarmos mal, seremos sempre punidos com gastos absurdos em coisas fúteis ou que podem esperar, ou quem sabe ser substituídas por melhorias diretas para nossa vida como por exemplo: 900 viaturas, 180 ambulâncias ou melhorar os salários dos policiais e etc...

Não tenho nada contra a alegria e o entretenimento do povo, mas que isso não seja nossa prioridade, nem atrase nosso progresso. Talvez se focarmos em nossas reais necessidades hoje, possamos festejar mais amanhã.