quinta-feira, agosto 31, 2006

Política e Religião se discutem!

Ao contrario do que é comumente dito e propagado na sociedade. Religião e política devem ser discutidos sim. Alguns argumentam que a questão aqui é preferência e preferência não se discute. Isso é verdade. “Gosto” é como cada individuo percebe a realidade ao seu redor. Isso não determina a realidade. A verdade não pode ser encontrada através do gosto, sentimento ou sentido de um individuo. Posso apenas entender como esse individuo sente o mundo; sente a realidade. Mas o fato é que existe uma verdade absoluta. Independente do que sentimos ou preferimos. Existe “A” verdade. Ou essa frase não seria verdade. E sua negativa seria auto-excludente (“Não existe verdade” não pode ser verdade, pois é uma afirmação falsa em si mesma).

Sendo assim, me atendo apenas ao aspecto político, há um candidato ideal. Um desses candidatos tem de ser o melhor para o país. Por pior que ele seja. É preciso descobrir quem é este personagem o mais precisamente possível, pois disso depende nosso futuro e bem-estar. Assim como na religião – o caminho errado te leva pro lugar errado – na política, o político errado...

Então como descobrir então qual o melhor? Iremos utilizar aqui o método mais aceito e preciso para encontrarmos a verdade sobre o que podemos tanger em nossa realidade. A razão. Empirismo? Talvez. “Talvez” porque nem sempre fazemos bom julgamento dos fatos. Sempre que isso ocorre é culpa de nossas emoções. Elas nos impedem de vermos a realidade como ela é, imprimindo diretamente ao lado da realidade analisada nossa própria intervenção no Universo. As vezes não vejo as coisas como elas são, mas como gostaria que fossem. Falando nisso, é exatamente isso que tem acontecido com nosso povo.

Optamos pela emoção na hora de eleger Lula. Decidimos fazer “justiça” aquele homem que tanto havia tentado, a classe média queria vingança pela re-distribuição de renda que lhes reduziu os recursos aumentando acesso a classe pobre (como a pobreza é muito maior que a classe média, não pudemos sentir tanto o impacto dessa política na pobreza quanto na classe média). Queríamos mudar, não importava como. Confesso que me vi sem opção naquele período também. Mas isso não me dá o direito de jogar meu voto fora com a opção mais populista. Na verdade jogar o voto fora seria a melhor opção. O dia que o voto nulo ganhar uma eleição teremos de refazê-la com novos e melhores candidatos. Hoje, acredito que essa seria a melhor opção, embora nós nunca faríamos isso. Não somos pragmáticos o suficiente para tal revolução.

O problema é que parece que mais uma vez teremos o mesmo quadro emocional tomando conta de nossas decisões. Mais uma vez seremos levados no bico pelo oba-oba emocional de sempre do populismo. O povo tem o governante que merece mesmo. O que proporciona uma visão em miniatura de todo o povo Brasileiro olhando-se para o seu presidente. É assim com os EUA, Inglaterra, Bolívia, Cuba e etc... A dignidade do Presidente é a do povo.

Veja um exemplo de como se porta emocionalmente nosso povo (em relação a política) no discurso do velhinho em coma da Charge abaixo (www.charges.com.br).

Se continuarmos pondo nossas emoções enfrente da razão (evidências claras, como corrupção e ineficiência, por exemplo – onde estão os 10 milhões de empregos prometidos por Lula na sua campanha? Ele não cumpriu. Isso é evidencia. Isso nos dá experiência para mudar. Isso é empírico. Mas parece que tanta evidência não basta) faremos valer o ditado de que “política não se discute”. Por que não há diálogo racional em meio tanta emoção. Não dá pra provar nada a quem se limita a entender a realidade por meio de seus próprios sentimentos e emoções. Vamos Mudar Brasil.

"LULA POPULISTA" é Pleonasmo.

Antes de Mais nada. Veja Abaixo Porque não voto em Heloísa Helena.

Ainda não estou apresentando minhas razões para não votar em Lula. Mas gostaria de apresentar-lhe uma analise detalhada do "modus operandi" de nosso atual Presidente da República. Segue uma definição do termo "Populismo". Tenha em mente que atualmente Lula não tem usado o simbolo do PT em sua campanha (por vergonha e jogo de marketing) nem a gritante cor vermelha. Seu fundo é predominantemente azul, verde e amarelo, quando não é a bandeira do País em vez da do partido. Veja o que é Populismo:

"A característica básica do populismo é o contato direto entre as massas urbanas e o líder carismático (caudilho), supostamente sem a intermediação de partidos ou corporações. A idéia geral é a de que o líder populista procura estabelecer um vínculo emocional (e não racional) com o "povo" para ser eleito e governar. Isto implica num sistema de políticas, ou métodos utilizados para o aliciamento das classes sociais de menor poder aquisitivo além da classe média urbana, entre outros, procurando a simpatia daqueles desarraigados para angariar votos e prestígio - resumindo, legitimidade - para si. Isto pode ser considerado um mecanismo mais representativo desta forma de governo". Tirado do site Wikipedia [http://pt.wikipedia.org/wiki/Populismo] acesso em 31 de Agosto de 2006.

Agora assista o vídeo abaixo. Em seguida há um pequeno comentário, mas que só deve ser lido após o vídeo, ou não fara sentido algum.




Embora possa parecer forte a conexão de Adolf Hitler e Lula, fica claro que ambos usam (independentemente da intenção) o mesmo método. E compartilham da mesma visão populista.

terça-feira, agosto 29, 2006

Porque não voto Heloísa Helena

Voto em Alckmin por uma simples razão (embora haja mais razões, me aterei a mais simples de todas). Voto em Alckmin porque não posso votar em Lula, muito menos Heloísa Helena. Em minha próxima aparição falarei sobre o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No momento abordarei apenas a candidata do PSOL. No texto abaixo demonstro por dois métodos distintos porque não posso entregar meu País nas mãos de Heloísa Helena. Que embora idealista, mostra-se despreparada para ocupar o cargo de maior importância do poder Executivo. Talvez, esse nome: Executivo, tenha influenciado mal a candidata, que parece pensar ser possível simplesmente “executar” aquilo que apenas com planejamento e estratégia pode ser realizado.

No vídeo abaixo encontra-se parte do 1° debate entre os presidenciáveis realizado na TV Bandeirantes. Neste vídeo encontramos a solução de Heloísa Helena para o Problema do Juros no Brasil. Em seguida você lerá um texto do famoso Administrador, Stephen Kanitz, publicado na revista Veja de 30 de Agosto de 2006, sobre o problema dos juros e a solução do mesmo. Vale a pena ler.

É impressionante e assustador o número de políticos, líderes sociais, empresários, advogados, candidatos a Presidência da República, jornalistas e leitores que ainda não entendem por que o Banco Central não baixa os juros em termos reais. O que caiu até agora foi a inflação, os juros reais até subiram nestes últimos doze meses. Muitos ainda acham que quem decide a taxa de juro é o Banco Central, que pode reduzi-la por canetada, ou pensam que falta “vontade política” para reduzir os juros a patamares decentes. Se você é um desses, lembre-se desta singela lição de economia e administração econômica: só existe uma maneira de reduzir os juros em um país onde o Estado toma emprestados para si 80% da poupança do povo. A única forma de baixar os juros nesses casos é reduzir a dívida, devolvendo o dinheiro emprestado aos seus legítimos donos, o poupador brasileiro.

Se o governo dissesse para os bancos: “Tomem seu dinheiro de volta, não queremos mais esses empréstimos caríssimos.", os bancos ficariam com um monte de recursos parados nas mãos, sem remuneração, e perderiam dinheiro. Para emprestarem de novo, teriam de reduzir os juros. Administradores financeiros competentes muitas vezes conseguem essas reduções, simplesmente “ameaçando” devolver suas dívidas. Se o governo começasse devolvendo pelo menos 10% da dívida, e “ameaçasse” devolver mais 20% nos próximos anos, o juro real, aí sim, despencaria.

Nenhum governo até hoje nestes 500 anos devolveu as dívidas que governos anteriores contraíram. Não há interesse nem estímulo político em pagar o que o governo anterior tomou emprestado e gastou. Isso até dá para entender. Todo governo quer ser reeleito e para isso tem de gastar mais do que o governo anterior, e não pagar o que é devido.

O ex-Ministro da Fazenda Delfim Netto ficou famoso por defender abertamente, em 1982, a seguinte heterodoxia econômica: "Dívida não se paga. Dívida se rola". Delfim felizmente já mudou de idéia, e talvez seja o único deputado federal que percebe que a única forma de baixar os juros é reduzindo o montante da dívida em termos absolutos, via seu plano de déficit zero. Reduzir a dívida como proporção do PIB, política defendida atualmente pela maioria de seus colegas economistas, não reduz necessariamente o montante da dívida. Só a faz crescer num ritmo menos acelerado.

A história mostra que governo algum devolveu aos seus legítimos donos a dívida interna que contraiu. Pelo contrário, de tempos em tempos, na época de inflação brava, o governo tungava os investidores em 30%, e a famosa correção monetária ao longo de sua vida só “corrigiu” 10% da inflação, e não os 100% prometidos. Os cinco milhões de famílias que poupam e investem em títulos públicos, via seus fundos de pensão ou esses fundos DI, estão obviamente ressabiados. A maioria acha que a dívida nunca será devolvida, por isso os juros são elevados. Elas tentam recuperar o investido via juros, e não via devolução do principal. Para piorar a situação, a cada eleição aparece um candidato ou candidata que culpa os bancos e os poupadores pela alta dos juros e anuncia o repúdio da dívida ou o seu calote, o que confirma as piores suspeitas e eleva os juros reais para os níveis que temos.

Quem determina os juros, como tudo, é o mercado, nesse caso os milhões de poupadores brasileiros, gente que tem medo de investir em bolsa ou abrir sua própria empresa. Como prova do que estou dizendo, o governo Lula devolveu 100% da dívida externa aos poupadores americanos, e o risco Brasil, os juros que cobram das empresas, nunca esteve tão baixo. Falta agora devolver a dívida interna.

A primeira lição ética que cada mãe ensina aos seus filhos é “devolver sempre o que tomou emprestado”, algo que muitos bandidos, políticos e governos ainda não aprenderam. Se você é um daqueles que querem ver este país crescer novamente, saiba que ninguém irá “reduzir” os juros. Lute para que o governo devolva a dívida que contraiu e nunca devolveu. Aí sim, o governo reduzirá suas despesas de juros para zero e a taxa de juro cairá a um nível que fará o país crescer. Além do mais, nem seria ético nossa geração, deixar para a próxima uma dívida que é nossa obrigação pagar.

Stephen Kanitz é formado pela Harvard Business School (www.kanitz.com.br)

terça-feira, agosto 08, 2006

Quais são seus Bens?

É triste não ter tempo para o blog. Mas... Olha o texto de Hélio Fraga, redigido em sua
Declaração de Bens para o imposto de Renda e mais tarde publicada pelo próprio autor no livro "A Família, Ultimo Lugar?".

D E C L A R A Ç Ã O D E B E N S


O pai moderno, muitas vezes perplexo, aflito, angustiado, passa a vida inteira correndo atrás do futuro e se esquecendo do agora. Na luta para edificar este futuro, ele renuncia ao presente. Por isso, é um homem ocupado, sem tempo para os filhos, envolvido em mil atividades __ tudo com o objetivo de garantir o seu amanhã.

E com que prazer e orgulho, cada ano, ele preenche sua declaração de bens para o Imposto de Renda. Cada nova linha acrescida foi produto de muito esforço, muito trabalho. Lote, casa, apartamento, sítio __ tudo isso custou dias, semanas, meses de luta. Mas ele está sedimentando o futuro de sua família. Se ele parte um dia, por qualquer motivo, já cumpriu sua missão e não vai deixar ninguém desamparado.

E para ir escrevendo cada vez mais linhas na sua relação de bens, ele não se contenta com um emprego só __ é preciso ter dois ou três; vender parte das férias, em vez de descansar junto à família; levar serviço para fazer em casa, em vez de ficar com os filhos; e é um tal de viajar, almoçar fora, discutir negócios, marcar reuniões, preencher a agenda __ afinal, ele é um executivo dinâmico, faz parte do mundo competitivo, não pode fraquejar.

No entanto, esse homem se esquece de que a verdadeira declaração de bens, o valor mais alto, aquele que efetivamente conta, está em outra página do formulário do Imposto de Renda __ mais precisamente, naquelas modestas linhas, quase escondidas, onde se lê “relação dos dependentes”. Aqueles que dependem dele, os filhos que ele colocou no mundo, e a quem deve dedicar o melhor de seu tempo.

Os filhos são novos demais, não estão interessados em lotes, casas, salas para alugar, aumento de renda bruta __ nada disso. Eles só querem um pai com quem possam conviver, dialogar, brincar.

Os anos vão passando, os meninos vão crescendo, e o pai nem percebe, porque se entregou de tal forma ao trabalho __ vulgo construção do futuro __ que não viveu com eles, não participou de suas pequenas alegrias, não os levou ou buscou no colégio, nunca foi a uma festa infantil, não teve tempo para assistir a coroação da menina __ pois um executivo não deve desviar sua atenção para essas bobagens. São coisas de desocupados.

Há filhos órfãos de pais vivos, porque estão “entregues” __ o pai para um lado, a mãe para o outro, e a família desintegrada, sem amor, sem diálogo, sem convivência. E é esta convivência que solidifica a fraternidade entre os irmãos, abre seu coração, elimina problemas, resolve as coisas na base do entendimento.

Há irmãos crescendo como verdadeiros estranhos, porque correm de um lado para o outro o dia inteiro __ ginástica, natação, judô, balé, aula de música, curso de Inglês, terapia, lição de piano, etc. __ e só se encontram de passagem em casa, um chegando, o outro saindo. Não vivem juntos, não saem juntos, não conversam __ e, para ver os pais, quase é preciso marcar hora.

Depois de uma dramática experiência pessoal e familiar vivida, a única mensagem que tenho para dar __ e que tem sido repetida exaustivamente em paróquias, encontros familiares, movimentos e entidades __ é esta : não há tempo melhor aplicado do que aquele destinado aos filhos.

Dos 18 anos de casado, passei 15 anos correndo e trabalhando, absorvido por muitas tarefas, envolvido em várias ocupações, totalmente entregue a um objetivo único e prioritário : construir o futuro para três filhos e minha mulher. Isso me custou longos afastamentos de casa, viagens, estágios, cursos, plantões no jornal, madrugadas no estúdio da televisão, uma vida sempre agitada, atarefada, tormentosa, e apaixonante na dedicação à profissão escolhida __ e que foi, na verdade, mais importante do que minha família.

E agora, aqui estou eu, de mãos cheias e de coração aberto, diante de todos vocês, que me conhecem muito bem. Aqui está o resultado de tanto esforço: construí o futuro, penosamente, e não sei o que fazer com ele, depois da perda do Luiz Otávio.

De que valem casa, carros, sala, lote, e tudo o mais que foi possível juntar nesses anos todos de esforço, se ele não está mais aqui para aproveitar isso com a gente?

Se o resultado de 30 anos de trabalho fosse consumido agora por um incêndio, e desses bens todos não restasse nada mais do que cinzas, isso não teria a menor importância, não ia provocar o menor abalo em nossa vida, porque a escala de valores mudou, e o dinheiro passou a ter um peso mínimo e relativo em tudo.

Se o dinheiro não foi capaz de comprar a cura e a saúde de um filho amado, para que serve ele? Para ser escravo dele?

Eu trocaria __ explodindo de felicidade __ todas as linhas da declaração de bens por uma única linha que eu tive de retirar, do outro lado da folha : o nome do meu filho na relação dos dependentes. E como me doeu retirar essa linha na declaração de 1983, ano base de 82.

Helio Fraga, jornalista em Belo Horizonte, MG . Esta crônica consta do livro do próprio autor “A Família, Último Lugar?” (3ª edição) publicado pelas Edições Paulinas. O jornalista Helio Fraga, que foi cronista esportivo, também publicou outros livros relacionados com o assunto narrado na crônica. Entre eles “O Menino Valente” e “Ser Pai”, cujas rendas são recolhidas ao Hospital Mário Penna na capital mineira.

Após uma famosa fraude ter sido inserida na crônica “ Declaração de Bens ”, dizendo que o filho do Jornalista havia morrido aos 14 anos por causa das drogas e que uma outra filha chamada priscila tivesse fugido de casa, as novas edições do “A Família, Último lugar ?” vem saindo com a observação abaixo :

A L E R T A – Esta crônica foi criminosamente falsificada por um psicopata desconhecido. Ao texto original, ele acrescentou que Luiz Otávio morreu drogado e teve uma irmã Priscila, que fugiu de casa. Esta monstruosidade vem sendo divulgada por portais da internet, sujeitos a interdição e ações judiciais por danos morais.

Meu filho morreu aos 12 anos, em novembro de 1982, vítima de tumor cerebral (meduloblastoma). Teve dois irmãos: Marcelo, nascido em 1972, e Ana Cristina, em 1977. Eles estudam, trabalham e moram em Belo Horizonte. A outra irmã jamais existiu.

A falsa “Declaração de Bens” tem sido publicada irresponsavelmente, estando todos os envolvidos sujeitos a processo.

Hélio Fraga - Jornalista em Belo Horizonte/MG