No vídeo abaixo encontra-se parte do 1° debate entre os presidenciáveis realizado na TV Bandeirantes. Neste vídeo encontramos a solução de Heloísa Helena para o Problema do Juros no Brasil. Em seguida você lerá um texto do famoso Administrador, Stephen Kanitz, publicado na revista Veja de 30 de Agosto de 2006, sobre o problema dos juros e a solução do mesmo. Vale a pena ler.
É impressionante e assustador o número de políticos, líderes sociais, empresários, advogados, candidatos a Presidência da República, jornalistas e leitores que ainda não entendem por que o Banco Central não baixa os juros em termos reais. O que caiu até agora foi a inflação, os juros reais até subiram nestes últimos doze meses. Muitos ainda acham que quem decide a taxa de juro é o Banco Central, que pode reduzi-la por canetada, ou pensam que falta “vontade política” para reduzir os juros a patamares decentes. Se você é um desses, lembre-se desta singela lição de economia e administração econômica: só existe uma maneira de reduzir os juros em um país onde o Estado toma emprestados para si 80% da poupança do povo. A única forma de baixar os juros nesses casos é reduzir a dívida, devolvendo o dinheiro emprestado aos seus legítimos donos, o poupador brasileiro.
Se o governo dissesse para os bancos: “Tomem seu dinheiro de volta, não queremos mais esses empréstimos caríssimos.", os bancos ficariam com um monte de recursos parados nas mãos, sem remuneração, e perderiam dinheiro.
Nenhum governo até hoje nestes 500 anos devolveu as dívidas que governos anteriores contraíram. Não há interesse nem estímulo político em pagar o que o governo anterior tomou emprestado e gastou. Isso até dá para entender. Todo governo quer ser reeleito e para isso tem de gastar mais do que o governo anterior, e não pagar o que é devido.
O ex-Ministro da Fazenda Delfim Netto ficou famoso por defender abertamente, em 1982, a seguinte heterodoxia econômica: "Dívida não se paga. Dívida se rola". Delfim felizmente já mudou de idéia, e talvez seja o único deputado federal que percebe que a única forma de baixar os juros é reduzindo o montante da dívida em termos absolutos, via seu
A história mostra que governo algum devolveu aos seus legítimos donos a dívida interna que contraiu. Pelo contrário, de tempos em tempos, na época de inflação brava, o governo tungava os investidores em 30%, e a famosa correção monetária ao longo de sua vida só “corrigiu” 10% da inflação, e não os 100% prometidos. Os cinco milhões de famílias que poupam e investem em títulos públicos, via seus fundos de pensão ou esses fundos DI, estão obviamente ressabiados. A maioria acha que a dívida nunca será devolvida, por isso os juros são elevados. Elas tentam recuperar o investido via juros, e não via devolução do principal.
Quem determina os juros,
A primeira lição ética que cada mãe ensina aos seus filhos é “devolver sempre o que tomou emprestado”, algo que muitos bandidos, políticos e governos ainda não aprenderam. Se você é um daqueles que querem ver este país crescer novamente, saiba que ninguém irá “reduzir” os juros. Lute para que o governo devolva a dívida que contraiu e nunca devolveu. Aí sim, o governo reduzirá suas despesas de juros para zero e a taxa de juro cairá a um nível que fará o país crescer. Além do mais, nem seria ético nossa geração, deixar para a próxima uma dívida que é nossa obrigação pagar.
Stephen Kanitz é formado pela
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