quarta-feira, outubro 31, 2007

Dexter – Sintoma de uma Sociedade Doente

Atualizado em: 12/12/2007.
CUIDADO: SPOILERS!
Há pouco mais de um ano estreou na TV americana, pelo canal Showtime, o seriado Dexter. A idéia é no mínimo criativa e isso atraí a atenção e curiosidade de muita gente, principalmente aqueles já influenciados pela nova onda de seriados que surpreenderam o público por sua originalidade como Lost, 24 horas e Desperate Housewives.

Dexter, é um seriado para quem não tem estomago. Pra falar a verdade, é preciso não ter mais algumas outras coisas também... Eu sei que vou revoltar alguns fãs (talvez vão querer me esquartejar), mas é só por que são fãs que se sentirão assim. Já compraram a sandice como entretenimento. Preciso confessar aqui, para que fique claro aos leitores, que me entreti muito com a série também. Não foi atoa que assisti até boa parte da segunda temporada. Entretanto, basta uma breve analise nos argumentos e não se poderá escapar da sensação de vômito (perdoem minha falta de eufemismo). Dexter é um entretenimento irresponsável.

Imagine um menino adotado que se descobre um psicopata ao desmembrar animaizinhos. Seu pai, um policial de Miami, percebe e começa ajudar seu filho a lidar com o problema. Ele começa ensinando o menino a se portar e se encaixar na sociedade, dando a ele um conjunto de valores e códigos que ele segue por puro condicionamento. Como psicopatas não sentem emoções, é uma tarefa difícil para ele se adaptar. O pai logo descobre que não poderá conter os instintos de seu filho por muito tempo e decide ajudá-lo a canalizar esses impulsos. Ensina o seu filho a matar e não deixar rastros. E matar somente aqueles que “merecem”, ou seja, assassinos, psicopatas e serial killers, como ele mesmo. Só não é mais fascinante porque é sórdido. Dexter, trabalha na policia fazendo a analise de sangue das cenas do crime. Mas ele mesmo é um assassino que deveria ser preso e quem sabe até executado, pelas leis americanas. Ele espreita suas vítimas, sempre com o argumento absurdo de ter uma boa razão para isso, afinal de contas ele só mata parias da sociedade. Ele prepara a cena do crime, as amarra sem roupas com uma fita adesiva transparente, faz seu pequeno show, dando argumentos para a vítima e pro expectador, escolhe a arma (sempre objetos de corte ou perfuração) e inicia o que ele mesmo chama de “ritual”, executando com sadismo as vítimas. Que sempre saem de cena dentro de vários sacos. Dito isto, considere, esse cara é o herói da trama!

Alguns dos detalhes abomináveis que gostaria de ressaltar: A sua primeira vítima foi a mando de seu pai que estava hospitalizado e dizia que sua enfermeira o estava drogando até a morte. Boa desculpa, não? Não! Bem, ele pega a velhinha, coloca pelada na mesa ritual, faz ela implorar pela vida e depois enfia-lhe uma faca até que o sangue jorre em sua roupa. Outra cena interessante é quando ele vai matar um rapaz, que ele pensava ser um serial killer, que por sorte no último segundo, explica que havia sido traumatizado por um estuprador na infância e por isso o matou a facadas. Ele estava para fazer “justiça”, mas parece que não era bem justiça assim. E se o menino não tivesse tempo de avisar? Teria sido esquartejado. Detalhe, o rapaz já tinha passado alguns anos na cadeia, pagando pelo que fez. A última cena que me impressionou foi a de um casal de “coiotes”, que matavam os cubanos que não pagavam a taxa de libertação ao chegar nos EUA. Ele matou os dois juntos, um assistindo a morte do outro, ao som de gritos de “eu te amo”, o que é extremamente cruel, sem a menor cerimônia. Só pra você não esquecer, esse cara é o Herói!

Como se não bastasse, o pai de Dexter o ensina a ser furtivo com a desculpa de ensiná-lo a sobreviver a cadeira elétrica. Em suma, o código de valores do pai diz que se seu filho for um monstro, ainda que mate muitas pessoas tem de sobreviver. Ele irresponsavelmente cria um monstro e o solta na sociedade. Dexter por sua vez diz não poder controlar sua necessidade de matar, isso é uma desculpa pra seus impulsos. Também agradece a um psiquiatra que o tratou, por tê-lo ajudado a aceitar quem ele realmente é, o esquartejando em seguida. Você acha que um psicopata deveria conformar-se com sua situação? Dexter também obstrui a justiça, cometendo crimes sérios dentro da corporação policial, como implantar evidências. E espera sinceramente que um Serial Killer continue solto a matar mais pessoas para continuar com seu mórbido fetiche competitivo. A glamourização é tão grande que a ultima morte que assisti, foi ao som de musica. Ocorre então a banalização da morte. A filósofa americana Sissela Bok, da Universidade de Harvard, nomeia essa circunstância de “fadiga da compaixão”, “um estado de espírito que torna possível testemunhar a brutalidade com distanciamento, sem envolvimento” (Super Interessante, 7 de Junho de 1999, p.p. 21).

Por fim, me pergunto, por que a sociedade americana se permite esse tipo de entretenimento? Por que num lugar onde pessoas pegam em armas e promovem o inferno, entretenimentos desse tipo são criados? Por que na terra dos serial killers esse tipo de entretenimento é impunemente promovido? O que garantirá que reprimidos psicopatas não saiam do armário, com boas desculpas para canalizar seus impulsos? Com tanta glamorização da sociopatia o que os impedirá? Talvez aquele que não soube do seu problema possa se reconhecer na tela, e em vez de buscar ajuda, tente se resolver como Dexter o faz. Sem ajuda profissional e cometendo crimes hediondos. Assim como pessoas normais são influenciadas pelo glamour da mídia, talvez, com quase certeza, psicopatas adormecidos não acionem algum botão que lhes destinará a reviver as “aventuras” de Dexter. Até porque, o personagem faz questão de ser desafiador e desafiar outros serial killers. É muito fácil se perguntar: “Quem será o melhor Serial Killer?” Pelo que aprendi do seriado, eles adoram competição. Numa competição de Serial Killers, quem você acha que vai sair perdendo? Engraçado, não fosse trágico e doentio. Eu já assisti mais do que deveria, pra mim chega!

23 comentários:

Anônimo disse...

Não concordo muito não, até porque a série mostra o tempo inteiro o conflito que ele tem com sua situação, e de modo algum estimula as pessoas a fazerem o mesmo !

Agora se você tivesse falando da série de filmes Jogos Mortais, aí eu assinaria embaixo, pq não há lógica na matança cheia de crueldade que as pessoas pagam pra sofrer quando assistem !!

Unknown disse...

Gabriel, você tem razão quando diz que o seriado não "estimula as pessoas a fazerem o mesmo" se você está falando de pessoas normais. Mas eu me referia especificamente a sociopatas. Estes não discernirão com clareza. Até porque o próprio Dexter não discerne. Ele vive pelo "código de Harry", que é um tipo de ética behaviorista muito da MAQUIAVÉLica, se sociopatas se apropriarem dela como Dexter faz o tempo todo no seriado, teremos uma legião de assasinos com moral maquiavélica, "fazendo justiça" ou justificando sua natureza e conduta. E mesmo Dexter questiona de vez em quando o código que o mantém "na linha" (se dá pra chamar de linha). Pedir que um personagem de ficção mantenha sua integridade ou mesmo voe pelo cenário se for um super herói não é dificíl. Dificíl mesmo é fazer pessoas reais agirem como deveriam. Por outro lado, a "fadiga da compaixão" afeta qualquer um, depois de tanto pedaço de gente as mortes vão ficando muito comuns.

Giselle França disse...

Concordo plenamente com você Diego. Não só neste seriado como em outros siticons, filmes, e demais gêneros matar o próximo se tornou uma atitude banal e até mesmo normal. Este tipo de entretenimento não pode ser saudável para nossa mente, repare que muitas vezes começamos a "torcer" pelo bandido, principalmente quando colocam nele uma roupagem de sofrido, doente, engraçado ou até mesmo um bom moço levado pelas más circunstâncias da vida. Devemos cultivar a mente sã, deixá-la longe do que a embota. Podemos até não sair por aí fazendo igual,mas qual é objetivo de ver uma coisa destas? Acho perda de tempo... Também não gosto porque fere meus princípios e valores (Não matarás...) Pode até parecer radical mas se não concordo com a matança na vida real, porque concordaria na ficção? Estaria sendo arbitrária.
Eu particulararmente não me divirto vendo um monte de gente morrendo, acho os estes tipos de roteiros doentios e muito loucos, só servem mesmo para promover a violência e a impunidade.
Parabéns pelo blog, ele nos leva a pensar, refletir e debater temas de profunda importância da atualidade.

Unknown disse...

Olá, Diego! Eu acho que você talvez tenha assistido a série porque eu falei dele pra você. Respeito sua opinião, e concordo com muita coisa. Só não me considero alguém sem senso crítico ou bom senso. Tanto que avaliei muito do que escreveu, e reconsiderei algumas impressões. Fiquei um pouco triste por você ter pensado assim. Mas deixa pra lá. O que o seriado passa (e talvez psicopatas pensem diferente) é que Dexter não é herói. Ele só pensa que é. E ao mesmo tempo a sociedade é criticada por apoiar esse comportamento. Morte e assassinatos nós vemos em todas as séries, sob a justificativa de "um bem maior". Talvez Dexter nos ajude a ver qualquer assassinato como ele é, com ou sem mutilações, uma verdadeira aberração. E desrespeito a Deus. Abração!

Unknown disse...

Ah! E parabéns pelo blog! Realmente muito legal!

Unknown disse...

Hahaha, Luciano, eu sinceramente não pensei em vc em momento nenhum, meu amigo, exceto quando eu assiti a primeira vez, mas as duras palavras usadas no artigo são apenas um estilo agressivo. Afinal de contas, a minha crítica aqui é quanto a irresponsabilidade de se exibir um seriado com esse conteúdo na terra dos Seria Killers. No impacto que o seriado pode causar a mentes patológicamente afetadas. É claro que comento também o impacto do mesmo em nós, eu me incluo nesse esquema, mas isso como vc disse, é irrelevante ao numero de mutilações. Morte sempre terá esse efeito, seja como for.

Mas desculpa aí, se me expressei mal. Essa frase e a seguinte foi uma daquelas que eu fikei olhando e pensando, "boto ou não boto"?!? Botei! rs

Unknown disse...

Valeu, amigo! Vou ver se participo mais no blog. Abração!

Anônimo disse...

Diego, Diego...

Que coisa triste esse blog.

Não quero criticar o que você escreveu, porém você ofende quem gosta da série.

A minha questão é:
Como você sabe exatamente o que pode influenciar ou não alguém que tenha alguma patologia psicológica ?

Pelo que vi, você é bacharel em teologia, o que não lhe torna um conhecedor da psicologia.

Mas o que me levou a postar nesse blog foi o fato de você escrever o seguinte comentário "talvez vão querer me esquartejar", ou seja, com isso você quis propositalmente afirmar que quem não estiver de acordo com o que você impôs, é um psicopata, sociopata etc..

Bem mestre..
Eu gosto da série, não sou psicopata, e não concordo com suas justificativas infundadas que são baseadas em puro achismo..
Acredito que você não será um bom critico, já que lendo o seu texto eu me senti um doente mental.
Meu objetivo com esse texto não é lhe ofender, mas o que você postou é uma opnião muito pessoal e só concordará com você quem compartilha do mesmo pensamento.
Passar bem!.

Unknown disse...

Fernando, Fernando...

É uma pena que talvez você nunca mais volte aqui, mas sinto muito por ter sido mal compreendido. Não sei se notou, mas todo o tempo eu questionei e critiquei duramente a irresponsabilidade do enredo, do conteúdo, não a qualidade da série como entretenimento. (1)Nunca quis realmente ofender ninguém, e me arrependo de ter tentado trocadilhos como o citado acima, cuja unica razão de existir é provocar, dar uma pitada de senso de humor. Se te ofendi, desculpe, você não é o primeiro e sinto que o tiro saiu pela culatra. Até porque não pretendo ser hipócrita, fica claro e óbvio pra quem quiser que eu assisti a primeira temporada inteira (e parte da segunda). E não fiz isso, por puro radicalismo ético, necessidade de crítia. Fiz porque gosto da série tanto quanto você. Mas isso muda o conteúdo? Muda o impacto social?
(2) Quem te falou que por ser Bacharel em Teologia eu não posso falar de um pouco de psicologia? Falácia Ad Hominem. Eu não me arroguei hora alguma de ser conhecedor de Psicologia, apenas usei uma dialética simples e lógica.
(3) Quanto a citação, acho que você ela a sério demais, e eu jamais cometeria o crime dialético, de encurralar meus opositores com falácias como a que você propôs que eu disse. Era uma brincadeira, se isso não ficou óbvio pra você. E não me referia a opositores de pensamento, mas "fãs".
(4) Obrigado por postar, por ler. Lamento por não ter encontrado aqui abrigo para sua posição. E dá próxima vez que for criticar não comece com a frase: "Não quero criticar o que você escreveu", não tem problema.

(5) Você disse: "já que lendo o seu texto eu me senti um doente mental" é subjetivo o suficiente para impugnar o texto, afinal, o que você "sente" não é o parâmetro em que se baseia o texto. Mas confesso que minha comunicação deve ter falhado em algum lugar, porque nem de longe eu queria que você se sentisse assim. Não se esqueça que eu assisti porque quis o mesmo conteúdo que você.

Quanto ao "puro achismo", pode ser reciproco. Afinal, a hora que eu precisar postar bibliografias num blog, não estarei escrevendo um blog, mas uma tese, se eu quiser isso escrevo um livro. Não acho que seja realmente necessário.

Abraços! Desculpe as ofensas!

PS: Espero por mais destes agora que a série estreiou no Brasil.

Anônimo disse...

Bem, desculpe a minha intromição, mas acho que você, Diego, levou a série a sério demais...
Sabemos e somos completamente cientes que é entretenimento. Na ficção ficou bastante interessante e criativo, inegavelmente. Acho que o receio de estas coisas aconteceram na vida real também, te privou de avaliar os altos do seriado para avaliar o efeito que pode causar numa sociedade.
Eu, particurlamente, tenho pavor de ver sangue, mortos, etc... E foi o que mais mais me surpeendeu: dessa vez não me vi tendo ânsia de vômito ou a ponto de desmaiar (exagero), mas vi um estilo, o chamodo "humor negro", esse tipo de humor não é a maioria das pessoas que percebe, infelizmente.
Enfim, precisei colocar minha opinião sem pormenorizar a sua que é muitíssimo bem colocada.
Mas a série é boa!

Unknown disse...

Patrícia,
obrigado pelo comentário e pela sobriedade em expor sua opinião.
Talvez eu tenha realmente passado esta idéia, mas não foi minha intenção tratar com radicalidade o seriado. O tema abordado é sérissimo. Não acho que Dexter criará um batalhão de sociopatas treinados, nem que fará com que toda uma sociedade se corrompa, mas acho que indiretamente ele promove a coisa errada. Claro que ri com as tiradas de humor negro, como frisei bem, gostei do entretenimento e concordo que é "bastante interessante e criativo", mas não tenho o "receio de estas coisas acontecerem na vida real também" e nem acho que me "privei de avaliar o efeito que pode causar numa sociedade". Se você é um individuo pensante e responsavel não pode outorgar a toda a massa restante os mesmos valores. Agora, sua ausência de "ânsia de vômito" me preocupou, será "fadiga da compaixão"? Você é quem deve saber. Lembre-se o seriado é bom, muito bom. Mas isso não faz dele valoroso.

Anônimo disse...

Diego, enquanto vc for crente, expermente observar os fundamentos, os legalismos, a corrupcao, a maldade e toda sorte de baixaria ao seu redor, em nome de Deus. Eu fiz teologia, acredito em muito do fundamental evangelho, entretanto, o que se fez da igreja e do povo fiel inocente, por parte dos lideres charlatoes, considero um crime absurdamente maior do que matar serial killers. Os lideres do seu mundo, por mais que vc queira estar cego pra ser conveniente, sao verdadeiros sociopatas, donos de vidas, e que as usam da forma mais cruel possivel, como os dinamarqueses matam seus golfinhos, assim faz a lideranca. Mas usam uma anestesia chamada Jesus. Lamentavel, e bizarro. Nao posso ter esperanca de vc nao estar cego quanto a dor imposta ATUALMENTE ao povo de Deus, qdo analiso suas palavras, sobretudo em suas defesas. Sei que voce foi programado pra descordar de mim e achar q tem opiniao propria, mas como ja passei pela sua vida, sei que vc eh na melhor e mais inocente das hipoteses, uma ferramenta da ganancia e prepotencia de seus ricos lideres. Qta incoerencia! Enquanto estive embrenhado, inclusive fazendo bacharel em Teologia, por varias vezes tive vontade de vomitar diante dos mecanismos de manipulacao e afirmacao da "VONTADE DE DEUS". Quanta maldade em serie. Soh pra finalizar, estive em postos altos onde muuuitos querem estar, fui muito bem quisto e qdo me distanciei, ninguem entendeu, digo ninguem do seu sistema, ninguem da trupe. Eu nao podia conviver mais com isso, e se vc pode, pense em quem eh pior, vc ou Dexter. Nao o estou defendendo(Dexter ou qq serial killer), eh que me irrita qq argumento pre-moldado como o seu, principalmente quando fala tanto absurdo, sem considerar o proprio sistema o qual alimenta. Jesus estaria com vc hj a noite qdo fosse a Igreja? Provavelmente sim, mas o que Ele sentiria, ai eh facil se vc aprendeu direitinho...

repense os seus fundamentos eclesiasticos, caro colega Teologo.

A proposito, meu anonimato eh pra proteger minha vida dos donos das igrejas, q quer vc saiba ou nao, ou se sabe, quer admita ou nao, matam lenta e cruelmente os de bom coracao. Poupam apenas os que ainda podem ser usados ou entram de pes juntos no jogo. Dinheiro e poder em nome de Deus. Viva a catarze. Se nao fosse mais importante proteger seres humanos, eu colocaria meu nome aqui e voce ficaria surpreso, se nao em crise.

Paz

Unknown disse...

Covarde. Hostil. Descontextualizado do assunto, portanto inapropriado. Falacioso. Intrasigente. Especulatório e preconceituoso. Julgatório (se essa palavra existe) e condenatório. Nem todos os líderes religiosos são os seus líderes religiosos. Mas assim como eu posso estar cego, vc pode ser arrogante. Dúvido muito que vc seja alguém que possa causar qualquer impacto sobre mim com a simples menção do seu nome. Seu discurso tem mais bravata do que argumento, mais paixão do que equilibrio.

Mas eu não conheço sua história, seus traumas e decepções. Entendo que possa estar magoado e ferido. Entendo que existem muitos crápulas no cristianismo. Entendo que as religiões são compostas de homens. Entendo que somos todos pecadores. Então quando vejo a sua furia, entendo melhor(não justifico) os maus líderes. E os bons.

klara disse...

oi! faz tanto tempo que vc escreveu isso , mas eu só li agora e resolvi comentar.

eu concordo com o que vc disse, acho que dexter pode influenciar as pessoas, mas só as que já estão mal intencionadas.
o conteúdo é pesado mas eu vejo que causa uma reflexão, e da mesma forma que os assassinos e psicopatas percebem algumas coisas e usam , nós que não somos assassinos, tb aprendemos sobre a forma como eles pensam, sentem e principalmente: que eles podem estar em qualquer lugar , ser nossos conhecidos, acredito que uma série assim ajuda a compreender casos da vida real. claro que as pessoas podem pegar essa informação de outro lugar, mas os assassinos tb! e eu fico pensando que se nos restringirmos a fazer filmes e séries sobre coisas agradáveis e só, como refletiremos e mudaremos as coisas que não gostamos, entretenimento tb tem esse papel. :)
na verdade na maioria das séries de comédia tb os persongens que fazem mais sucesso são aqueles com os comportamentos piores se levássemos pra vida real e ai a gente ve e ri porque consegue lidar com isso porque está distante de nós.
eu assisto dexter, gosto mesmo e vou ver até o fim, mas acho que tem umas consequÊncias mesmo,mas é válido pra fazer pensar.

klara disse...

gostei do seu blog vou voltar pra ler outras coisas.

:)

Anônimo disse...

Não acho que Dexter possa influenciar negativamente toda uma sociedade a cometer homissidios sanguinários. Mesmo que o telespectador seja um psicopata, não é um seriado que o motivará a matar e sim sua própria natureza. Com Dexter ou sem Dexter, sempre haverá psicopatas, nas mesmas quantidades, visto que a doença psicopatia é genética e não algo dispertável.

Tô cansado de ouvir julgamentos a de pastores ou individuos radicais ao extremo, acusando séries e filmes de influenciarem pessoas negativamente. Existem casos que realmente influenciam, mas não acho que Dexter seja um exemplo. Se cairmos no radicalismo, Tom & Jerry e Meninas Super-poderosas se tornariam um veneno para a sociedade, hehehe...

O próprio Dexter se reconhece como um mostro. Ele é um psicopata que conhece sua natureza e através de suas reflexões, é exposto toda a sua mente sádica. Ele é ético e politicamente correto, não apenas por ter sido induzido a seguir o código, mas por que ele aprendeu a respeitá-lo. Não acho o assassinato em massa uma solução para conter a criminalidade e nem mesmo a série transmite esse tipo de atitude como uma ideologia correta. É apenas exposto uma mente doentia dentro de uma trama inteligente e criativa. Definitivamente, ele não é um herói na série, é apenas o vilão no papel principal. Infelizmente sempre haverá criticas quando uma obra tem a genialidade de inverter o papel principal entre mocinho e vilão. É uma pena, essas pessoas não sabem apreciar uma boa obra.

Anônimo disse...

Vejo muitos argumentos pré-moldados, do tipo: "É violento, sanguinário, deseducativo, pra que ver isso? Perda de tempo..."
.
Enfim, se assim pensar, qualquer livro com uma abordagem sobre psicopatas seria uma arma letal para a sociedade. Qualquer autora que estudou psicologia e portadora de uma criatividade e cultura invejavel que escrever algo sobre psicopatas ou qualquer tema que contenha violência, estaria destruindo a mente do público, por mais que ela queira estimular uma reflexão sensata a respeito do assunto. Concordam? Eu não...

Vejo Dexter como um bom entretenimento e até certo ponto educativo. Sim, educativo, por que não? Você aprende como é a mente doentia e insana dos Serial Killers, cria um senso crítico a respeito dos furos do sistema, descobre como são os procedimentos da pericia e analise de sangue de homissídios, aprende mais sobre como é uma investigação incluindo a linha de raciocínio dos policiais e detetives... Enfim, vejo Dexter de forma bastante positiva...

Seria o mesmo que dizer que a Bíblia é violenta por que existe a mensão do Satanás. Ora, não é por que existe o mal que todos vão querer segui-los... Não me recordo de nenhum episódio em que Dexter é tido como um herói, porém me recordo de inúmeros episódios em que a Polícia de Miame junto com os Detetives mais competentes são os grandes heróis.

Volto a fazer a pergunta, qual o problema do vilão ser o protagonista?

Paulo Souza disse...

Falou tudo aí encima. Assino embaixo.

Brenda disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Brenda disse...

Diego, eu respeito sua opinião, mas me sinto obrigada a discordar. Você afirma que Dexter é um seriado para sanguinários, que o próprio Dexter se afirma um monstro (o que eu acredito que seja a sua opinião também), mas eu gostaria de lhe chamar a atenção para o conflito central do seriado. O protagonista vive um conflito de identidade, se questiona, além de sofrer uma clara influencia do pai que praticamente lhe determinou: "você sofreu um trauma mt grande" , "pra sempre vai ser diferente", "vai querer matar" e etc. O pai pra mim é o mais contraditório da serie, pois dá intruções relativamente frias ao filho e depois sente uma epécie de repúdio em relação a ele. Dexter não pensa que é um monstro, o pai dele pensa, e Dexter acaba seguindo o fio da meada por considerar o pai seu 'exemplo'. Dexter insiste em pensar assim, mas a serie nos mostra que a coisa é um pouco diferente, ele constrói laços afetivos com a irmã, com a namorada, com as crianças, com os quais demonstra preocupação e sentimentos, um monstro seria assim? Todos esse sentimentos que rondam Dexter são incompatíveis com os de um psicopata. Sou estudante de psicologia, por isso a serie sempre despertou a minha curiosidade, e sempre tentei entendê-la melhor. Sim, eu acredito que você tenha conhecimentos sobre psicologia, provavelmente adquiridos ao londo do seu curso(teologia), não duvido disso! Mas peço que se atente para uma análise mais complexa da serie. Pois Dexter, pra mim, não é um psicopata, mas alguém que foi influenciado desde a infância a achar que não tem sentimentos e a matar, não porque seja realmente uma necessidade, mas porque ele acha que seja. Só mais uma coisa, você, em alguns comentários, criticou o "preconceito" de certos comentantes(essa palavra existe? kk),e eu concordei com você inclusive, mas ao criticar o fato de um SUPOSTO vilão ser um protagonista não estaria você também sendo preconceituoso? Cuidado com a hipocrisia ao escrever, porque ela rima com incoerência, fica a dica!
Abraços, adorei o fato de você abordar esse tema e me desculpe caso eu tenha te ofendido de alguma forma. ^^

1 ser humano disse...

Bom de qualquer forma se algum cidadão sair por ai matando como Dexter "esta bom" pois ele só mataria os políticos corruptos e bandidos desse Brasil e de outra forma pra sair matando é por que a pessoa já é uma sociopata/psicopata então que se matem entre si (kkk) seguindo o código de Harry, alem do mais lembrar a serie Warron que tem esse mesmo principio matar/perseguir os errados, como Batman já fásia e tantos outros heróis americanos, já é um tipo de padrão televisivo americano.

Rafael de Oliveira disse...

Olá! Provavelmente você deve saber a esta altura (11/10/2013) que a série terminou. Desculpe mais eu achei extremamente injusto esta sua postagem por diversos motivos. Primeiramente, você insiste que Dexter é tratado como herói da série e isso me leva a entender que que você ou não viu a série ou não prestou atenção em detalhes importantes. Dexter é sempre tratado como MONSTRO, um criminoso que vive apenas para satisfazer seus impulsos, Dexter poderia ser classificado como um Anti-Herói. Ele mesmo não gosta de ser quem ele é, mais os impulsos que ele sente são mais fortes.

No decorrer da série Dexter sofre muito pelas consequências dos seus atos, muitas tragédias acontecem com ele e com sua família por conta deste comportamento criminoso, então não me diga que ele é considerado um Herói na série.

A respeito do tipo de entretenimento que Dexter produz, eu não vejo porque ser tão conservador como você foi em sua postagem para algo que é uma FICÇÃO, uma historinha que é pesada sim, mais foi direcionada a pessoas especificas. A série The Walking Dead por exemplo, tem cenas muito mais fortes de mutilação, mortes e etc. Mais por se tratar de uma temática diferente talvez você não criticaria.

Se Dexter causa influencia violenta, assistir 2 vezes e não tenho tendencias violentas. Resumindo, Dexter não é uma história de Herói ou Heróis, isso n~~ao há na série, mais talvez muita gente se sente que o "olho por olha" praticado por Dexter seja a forma mais justa de justiçá, e não vejo pregação de nenhum tipo de ideologia em Dexter, apenas um conceito de justiça que é definido pelo telespectador e não pelo protagonista.

Unknown disse...

Concordo com boa parte, e sou um fã assumidod e Dexter. Não se pode negar que um seriado como esses exerce algum tipo de influencia nos seus telespectadores. Os especialistas dizem que muitos psicopatas com potencial assassino passam pela vida sem de fato chegar a praticar o ato, por causa de diversos pequenos fatores váriaveis que o impedem disso. Não poderia ser uma série como essa o gatilho que falta num desses seres? Confesso que eu mesmo deslumbrado com a narrativa da série, e com "nosso herói", cheguei a me imaginar na pele dele fazendo justiça. Não me envergonho disso, aposto que inúmeros fãs como eu também sentiram o mesmo, meu colega comentou isso comigo antes de eu contar isso a ele, ele também havia sentido o mesmo. Felizmente somos pessoas "normais"...ou não. rs Repito que sou fã da série e acabei de assistir a última temporada, mas é fato que há algo de preocupante com esse tipo de entretenimento. Esse é o poder da telinha e da telona, fazer-nos idolatrar a alguém que na vida real nos faria borrar as calças de medo. Mas não nego que, quando vejo casos como o do garoto que foi com um tiro na testa meses atrás por um assaltante aqui mesmo no Brasil, sinto falta de um Dexter na vida real pra tomar conta da parada.